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Do ROI (return on investment) ao VOI (value on investment). Olhando o Brasil!

Nos últimos anos, uma série de conferências, congressos e publicações têm falado sobre o movimento evolutivo do ROI para o VOI como a melhor medição de intervenções em saúde e nos ambientes de trabalho.

Como ROI entende-se uma métrica de negócio na qual se descreve o retorno financeiro de um investimento feito. O quanto se obteve a partir de um valor investido (para cada REAL gasto obteve-se um ganho de X REAIS – R$1,00: R$3,50). Quando o retorno maior ou igual do que zero, a iniciativa poderia ser considerada válida, em sentido geral.

Como VOI entende-se uma métrica mais ampla, abrangente. Inclui retornos financeiros e outros tantos que sejam percebidos em uma organização. São considerados nesta métrica ganhos em: ambiência, produtividade, retenção de talentos, absenteísmo, presenteísmo, satisfação com a iniciativa de saúde, etc. São ganhos que podem ser relacionados à intervenção feita e que trazem agregação de valor para a organização.

O ponto que analiso é a partir da realidade dos programas de saúde no trabalho, as equipes de saúde envolvidas e os ambientes organizacionais. ROI e VOI pressupõe um grau de maturidade destas ações. Não se chega a isso de imediato. Este conhecimento foi experimentado e aprimorado ao longo dos tempos em várias organizações, na busca da melhor resposta, da melhor métrica. É uma conquista.

Preocupo-me, ao se apresentar tais conceitos, que toda a audiência esteja no mesmo grau de conhecimento. Certamente não. Vejo, muitas vezes, aqueles que buscam informações qualificadas sentirem-se frustrados por não conseguirem fazer o que está sendo apresentado. Buscam o caminho e não a informação mais sofisticada.

Em nosso País, as realidades são completamente diversas. Deveríamos atender a todos oferecendo informações que permitam cada um seguir seu caminho, em acordo com seus recursos e suas realidades.

Nesse sentido, entendo que muitas vezes ROI e VOI, entre outros, afugentam profissionais que querem qualificar suas iniciativas. Não se trata de não considerar essas métricas e sim trazer calma para que alguns passos prévios, fundamentais, sejam dados, analisados, amadurecidos de modo a que sejam condutores naturais de métricas como ROI e VOI.

Para contribuir, creio que sejam passos importantes:

  • Ter uma visão global da saúde das pessoas na organização e da “saúde da organização”. Coletar dados de saúde, doença, gastos assistenciais e com medicamentos, causas de afastamentos médicos, acidentalidade no e fora do trabalho, etc. é um passo importante. Colocar os dados sobre a mesa e interpretá-los de modo singelo oferece a etapa inicial da visão sistêmica de saúde da organização. A visão é aquela obtida a cada momento e aperfeiçoada ao longo do tempo.
  • Tendo uma visão sistêmica inicial, observe o ambiente organizacional, o que está sendo exigido pelos controladores, as oportunidades imensas que existem em momentos de crise.
  • Priorize, simplifique. Escolha UMA intervenção. Ganhe experiência com ela.
  • Cada intervenção requer:
    • o Definição de objetivo. Diga o pretende alcançar. Isto deve ser considerado como o sucesso da intervenção e o que deve ser medido como tal.
    • o Identifique a população – alvo. Os ambientes de trabalho são ideais pois as pessoas estão sob controle e podem ser facilmente acompanhadas
    • o Estabeleça metas: o que quero mudar, quando espero que a mudança ocorra, quantos espero que alcancem a mudança desejada. A literatura pode ser a referência inicial
    • o O que pretende fazer. Reuniões, medições biológicas, consultas individuais, etc. Tudo o que entende como o mínimo necessário para alcançar o sucesso do programa
    • o Calcule os recursos necessários para cada atividade definida.

Estar atento a esses passos é importante. É um ótimo início.

Esse é somente um ponto de vista. Analise, critique, discorde e envie seus comentários.

No próximo post, analisarei o cálculo dos recursos.

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