O privilégio de se viver em uma era plurigeracional

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O privilégio de se viver em uma era plurigeracional

Esse velho é cheio de manias!
Ninguém veste a camisa da empresa como eu!
Ele vive conectado na internet!
A vida do dia a dia é correr por sucesso e dinheiro!
Eles usam um vocabulário que não compreendo!
Ela sabe tudo!
E assim por diante…
Está na moda falar em conflitos de gerações. Como tudo que é moda, acaba por ter uma análise, muitas vezes, superficial. Daqui a pouco sai da agenda, entretanto, as várias gerações estão aí.
O tempo atual inclui todos, em função da maior longevidade. Todos habitam um mesmo tempo e espaço, do nascimento a alguns pós centenários. O aumento da necessidade de trabalho e a maior aptidão em saúde para o trabalho, fazem com que todas as gerações estejam presentes, ao mesmo tempo, na mesma organização.
Resultado, classificam-se as pessoas em grupos geracionais. Esse enfoque ajuda para a compreensão de características culturais e de hábitos de vida próprios de cada época.
Cabe, por outro lado, uma reflexão. O conceito geracional é forte em outros países. No Brasil, o conceito vem sendo adotado e repetido nas últimas décadas. A ressalva provém da origem de cada grupo geracional classicamente identificado: veteranos, baby boomers, gerações X e Y que assim foram definidos por aspectos culturais, socioambientais americanos. Nos é útil como referência, desde que se mantenham o equilíbrio e a ponderação ao adaptá-los ao nosso país.
Cada um é reflexo de sua época e de sua criação, mas, todos, querem coisas na vida muito parecidas.
Agora chegam os milênios!

Vejamos um ambiente de trabalho com todos eles:
• Um ótimo trabalhador com 70 anos;
• Um ótimo trabalhador com 50 anos;
• Um ótimo trabalhador com 40 anos;
• Um ótimo trabalhador com 30 anos e
• Outro igual com 20 anos.
Assim somos todos em qualidades e defeitos. O que muda? Somente o percurso da vida já cumprido por cada um.
Ë natural para aquele de 70 anos ser sereno e prudente. Muito já viu na vida e já conquistou o que desejava pessoal e profissionalmente. Busca produzir sem muito polêmica, tem experiência para fazer de vários modos e espera que lhe digam o que querem de seu trabalho.
Por outro lado, se não estudar ou interagir com todos, nada compreenderá de um novo vocabulário em voga.
Aos 50 anos estamos no auge profissional. Repletos de desafios no trabalho, pessoais na família. Os aspectos competitivos estão em relevo.
Aos 30 e 40 anos, temos a sensação de tudo saber. Somos a personificação da certeza, recém-saídos das universidades, especializações e MBAs. Costumamos, nesse período, ter muitas certezas.
E os que agora chegam? Educados na superconectividade. Virtual fundamentalmente e precisam se inserir no mercado de trabalho, arena de expressão de todas as características da convivência humana. Como sair do mundo virtual para o real? Certamente precisam de ajuda, apoio e orientação.
Caso se olhe esta realidade sob o ponto de vista das diferenças, o que se obterá é a valorização das divergências e dos conflitos.
Caso se olhe a partir do ponto de vista das similaridades, o que se obterá é um convívio mais harmônico.
Porque falar em gerações é importante para a saúde? Quando valorizamos o conflito, nos desequilibramos, nos estressamos e sabemos a consequência.
Terá mais saúde aqueles com mais resiliência e sob o enfoque geracional, resiliente será aquele que compreende a dinâmica social e a linha do tempo da vida. Perceberá que aos 70 anos, já fomos milênios, gerações X e Y, baby boomers em outro século, mesmo que com outras características.
Qual é o desafio das várias gerações? Certamente não é compreender cada geração. O desafio é a capacidade de cada em aceitar o outro como ele é, mesmo que muito diverso.
O desafio é a capacidade de incluir o diferente. O diferente é somente diferente e assim o é quando tomamos cada um de nós como a régua de medição de todos.
Respeitar, reconhecer capacidades e viver de modo complementar são passos importantes.
No início do século passado, no Brasil, há pouco mais de 100 anos, a expectativa de vida era de menos de 40 anos. Por conseguinte, jamais teríamos, à época, uma sociedade tão plural.
Viver e conviver por mais tempo é certamente um privilégio humano.

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