Emergência médica nas organizações – pilares para estruturação da prontidão médica – final

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Emergência médica nas organizações – pilares para estruturação da prontidão médica – final

Complexidade do serviço e um “índice de risco”

A definição do tempo ótimo de resposta no local da ocorrência, para deslocamento da equipe assistencial do posto médico ao local, o retorno ao posto para estabilização e tratamento completo ou a remoção para a unidade de referência externa, é a régua que marcará o resultado de toda a estrutura. Tempo é fundamental para a manutenção da vida.

Claro que as condições profissionais para o atendimento são imprescindíveis. O suporte à vida, muitas vezes feito de modo voluntarioso e dedicado, precisa ser feito com profissionalismo.

O sistema de prontidão médica é um misto de recursos próprios, contratados, leigo capacitado, interno e externo.

Até o momento foram analisadas três variáveis:

  1. Geográfica
  2. Populacional
  3. Risco

O momento é de agrupá-las, em cada organização, e desenhar a estrutura e porte de serviço necessário considerando o tempo de resposta estabelecido.

Quando se fala em sistema de prontidão médica é preciso cuidado para não o dimensionar de modo acima ou abaixo do necessário. A dose certa é o correto, considerando as três variáveis.

Pode ser um simples e imprescindível socorrista leigo treinado.

Pode ser uma estrutura completa de suporte à vida na instalação produtiva empresarial. Ambas estão corretas quando definidas em função de análise feita. Todos os recursos são complementares e não excludentes.

 

Definida a estrutura, seguem os recursos:

  1. Materiais: especificados corretamente, em quantidade e qualidade adequados. Requer a garantia de sistema de ressuprimento e de controle de validade;
  2. Medicamentos: listados de modo objetivo e em função da complexidade reconhecida. Requer a garantia de sistema de ressuprimento e de controle de validade;
  3. Equipamentos: de uma simples maca para transporte seguro aos para ressuscitação cardio pulmonar, conforme cada caso. Requer manutenção preventiva e corretiva e testes de uso e de calibração, quando forem pertinentes
  4. Equipe profissional capacitada e atualizada: médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem com experiência no atendimento de emergência. A capacitação contínua é fundamental ao lado da manutenção das habilidades para realização de procedimentos invasivos. Caso a estrutura interna na organização seja de alta complexidade, a escolha para a equipe de prontidão pode ser especializada e terceirizada. Muitas vezes essa opção é feita pela limitação em prover reciclagem em ambientes hospitalares de emergência para as equipes voltadas para o atendimento ocupacional regular.
  5. O protocolo geral de funcionamento da estrutura de prontidão médica, inclui:
  6. Definição de papéis e responsabilidades de atuação e comando;
  7. Protocolo para atendimento de múltiplas vítimas, incluindo procedimentos de classificação de risco e gravidade;
  8. Definição de local alternativo para atendimento em caso de bloqueio, por acidente, da unidade médica. Essa alternativa estabelece o uso de materiais, equipamentos e medicamentos móveis (analisar a adoção de maletas ou mochilas próprias para usos específicos).
  9. Instalar equipamentos Desfibrilador Externo Automático (DEA) em áreas de circulação.
  10. Elaborar o documento que estabelece o sistema de referência e contra referência com a rede de apoio externa. É recomendável que os termos de compromisso, com responsabilidades e condutas técnicas e administrativas, estejam assinados.

Todos os aspectos analisados no contexto da prontidão médica para situações de emergência, induzem ao estabelecimento de um índice de risco que pudesse comparar várias instalações de uma mesma grande empresa ou empresas diversas.

Pensaria em algum produto a ser estudado e testado. Poderia ser, por exemplo o produto dos seguintes indicadores ou taxas, entre a população da organização e seu ambiente de trabalho:

  • Quantidade de pessoas presentes por turno
  • Faixa etária predominante
  • Quantidades de agentes químicos presentes
  • Taxa de patologias que possam requerer atendimento de emergência
  • Taxa de acidentes de trabalho que possam requerer atendimento de emergência
  • Quantidade de auxílios doença previdenciários

Ao lado desse índice a ser estudado, a presença de serviços assistenciais no entorno da instalação da empresa, da disponibilidade da prestação de serviços especializados passíveis de contratação, os meios de transporte e vias públicas livres, interferirão na definição dos recursos internos e externos.

Por fim, poderíamos, ao menos estabelecer uma régua orientadora do quanto mais dever-se ia ter de serviços internos na organização ou o contrário.

A série de posts publicados, sem nenhuma intenção de ser completa, teve o objetivo de trazer destaque a vários aspectos de um tema dos ambientes de trabalho, normalmente, relegado ao segundo plano. Antes de exames preventivos ou programas de saúde é preciso garantir suporte à vida.

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